domingo, 25 de julho de 2010

Quis fazer do mar um poema

Quis fazer do mar um poema,
ao olhá-lo, assim, percebi.
Fui ouvindo, bebendo, idealizando:
da espuma, o papel;
da água, a maciez que o inunda.
Depois, o reflexo do sol,
nas ondas, no verso e reverso do que for escrevendo.
A brisa, maresia na última letra de cada palavra,
para que a prosa flua nos ouvidos de quem lê.
Ainda, o submerso, não visível, desvendado
pelo imaginário dos que exploram para além dos sentidos.

Mas a cidade chama, sem chama:
"more hassles fuss and lies on the phone"?

Quis fazer do mar um poema,
ao afastar-me, assim, percebi.

Sem comentários: