Não pensar em nada.
Esfarelar nas mãos o que resta do teu corpo.
Riscar do espelho dos teus olhos as imagens do último céu.
Calar no vento a rouquidão da tua voz: "amor?"
Não! Não pensar em nada!
Degolem as flores e enterrem o sol!
Esquartejem a lua e o uivo das estrelas!
Cubram o sangue derramado pelas praias da saudade!
E escrevam na aurora a palavra "verdade"!
Pedra sobre pedra, chaga sobre chaga,
ergue-se o túmulo do existir?
Mais um olhar riscado do mapa?
Menos um rumo, uma maré?
Resistir... Desistir...
Mais uma balança quebrada.
Não. Não pensar em nada.
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