quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Sempre chegando

Fragatas de folhas...
Os ramos curvam-se, os troncos vacilam.
Que agitação vai no bosque!
Que chilreada, nos bolsos do miúdo!
É o jogo do berlinde, da sameirinha e do pião.
"Eu sou índio; tu, cowboy",
e a donzela deixa cair um olhar tímido
no caminho do herói.
Que sobressalto vai no tempo!
dos corações apressados, por entre o milheiral.
Cantam os grilos, é a romaria,
e milhares de estrelas perdem-se em promessas...
(promessas... promessas...)
como quem chama na falésia um qualquer nome de mulher.
Que oscilação me vai na alma!
É este olhar para trás, como quem vem chegando.
E, algures no bosque
onde os troncos vacilam e os ramos se curvam,
fragatas de folhas...

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