Da janela do meu quarto vê-se a janela do teu quarto. A luz assinala a tua presença, sem que, no entanto, eu consiga desvendar a identidade da silhueta que permanece por detrás da cortina da janela do teu quarto.
A noite não dorme. A noite é uma dízima infinita periódica. Eu sou a repetição de mim mesmo, escrita entre o findar de uma noite inacabada e o crepúsculo de uma manhã que não nasceu. O sol fundiu-se com um acorde de violino, num dia perfeito de chuva, e partiu. Sobrou este momento intemporal que uso cuidadosamente para observar a janela do teu quarto. Não sei de que cor pintar este momento. Mas sei de cor o que me trouxe até este momento.
Da janela do meu quarto vê-se agora coisa nenhuma. Da janela do teu quarto vê-se a janela do meu quarto e o nada inteiro que de lá se vê. A janela do teu quarto é a janela do meu quarto.
A noite não dorme. A noite é uma dízima infinita periódica. Eu sou a repetição de mim mesmo, escrita entre o findar de uma noite inacabada e o crepúsculo de uma manhã que não nasceu. O sol fundiu-se com um acorde de violino, num dia perfeito de chuva, e partiu. Sobrou este momento intemporal que uso cuidadosamente para observar a janela do teu quarto. Não sei de que cor pintar este momento. Mas sei de cor o que me trouxe até este momento.
Da janela do meu quarto vê-se agora coisa nenhuma. Da janela do teu quarto vê-se a janela do meu quarto e o nada inteiro que de lá se vê. A janela do teu quarto é a janela do meu quarto.
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