quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Analiticamente falando

 a cidade

 são luzes e mais
  luzes
 o que os meus olhos
  vêem
 preenchem a vastidão da
  noite
 com a precisão de outras
  fórmulas
 matemáticas por inventar

 e das luzes brotam
  cores
 amarelos
  brancos
   e meios tons
 vermelhos
  rubros
   cintilantes
 dançam à toa
  sem física nem lei

 e das cores crescem
  formas
   geométricas
 triângulos
  rectângulos
   e círculos
 e outras
  analiticamente
   abstractas
 e todas se transformam

 e das formas descem
  sombras
 acentuam
  suavizam
 ângulos
  agudos
   e obtusos
 ou simplesmente
  indefinidos

 e descem e sobem
  e brotam e crescem
 as sombras
  as luzes
   as cores
    as formas

     a cidade
 tantos cálculos esboço

 que ciência explicará
  o que os meus olhos contemplam?

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