I - O pensador
Perguntei ao sonho onde ficava o amor,
disse-me que na primeira porta à esquerda.
Entrei, convicto de que me esperava de braços abertos.
De facto, lá estava de braços abertos para me receber.
Coloquei-lhe todas as questões que havia guardado
cuidadosamente,
e, comovido, respondeu-me:
"Adeus, foi um prazer conhecer-te."
II - O fatalista
O amor é amor,
só enquanto não o entendemos;
depois... é uma chatice.
Mas não quero ser injusto,
há, ainda, alguns sobreviventes
- essa espécie rara -
capazes de dar a própria vida por ele!
Por altura do natal,
decoram religiosamente a casa,
para que, lá dentro, o amor
possa apodrecer com nobreza.
III - O maldizente
O amor? Conheço-o só de vista,
mas era capaz de jurar que mente
- bebe muito, não sabe o que diz.
Se, pelo menos, fosse eterno...
Mas não, de tanto querer servir o Homem,
acabou por lhe apanhar os vícios.
E agora, coitado, ninguém acredita nele.
2 comentários:
Ba ideia por detrás de um bom texto....
e haverá mais conceitos...
Muitos mais...
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