sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Lusco-fusco

A foice do horizonte ceifa o sol de um só
golpe. Este, num acesso súbito de agonia,
enrubesce o momento. Então, tudo faz um sentido
inesperado, assustadoramente real! É
o tempo, que se esgota: o mar devorando o
crepúsculo, como se de um simples náufrago
se tratasse, o esbracejar da luz tentando
desesperadamente suster o seu último
fôlego. (Tarde demais... - a vida
jugulada e duas mãos vazias.)
Só a noite e os olhos que a velam sabem
porque jaz este corpo, na praia, sem alma.

1 comentário:

M. disse...

Já não me espantas...


Gosto. Muito.