segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Crepúsculo

Um corpo alvorece sobre a praia:
o rosto desbotado,
os olhos de um silêncio inesgotável,
as mãos arrastando a bruma,
os cabelos erguendo as vagas...
Ainda correm pela areia resquícios de inocência:
braços atados, lábios conspirando contra o tempo,
num crepúsculo ilusoriamente sustentado...
Um corpo esmorece sobre a lentidão do dia...
Cai-lhe da boca a última gota desse sangue.
E num derradeiro gesto, fútil, fugaz friesta
que a noite toma, esvai-se na sombra
de uma lua amarrotada.

1 comentário:

M. disse...

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:)