A foice do horizonte ceifa o sol de um só
golpe. Este, num acesso súbito de agonia,
enrubesce o momento. Então, tudo faz um sentido
inesperado, assustadoramente real! É
o tempo, que se esgota: o mar devorando o
crepúsculo, como se de um simples náufrago
se tratasse, o esbracejar da luz tentando
desesperadamente suster o seu último
fôlego. (Tarde demais... - a vida
jugulada e duas mãos vazias.)
Só a noite e os olhos que a velam sabem
porque jaz este corpo, na praia, sem alma.
1 comentário:
Já não me espantas...
Gosto. Muito.
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