sexta-feira, 28 de maio de 2010

Doces momentos

Por entre os desejos ocultos
Vagueiam os meus pensamentos.
De entre as sombras dos vultos
Ressurgem os doces momentos.

Estendo as mãos, sinto o papel,
Percorro o teu corpo de mel.
Saboreio o néctar divino,
Saem palavras sem tino.

Enrolam-se os corpos no chão,
Os beijos procuram guarida.
Ergue-se a voz do coração,
Desenham-se formas de vida.

Escorrego sobre o teu leito,
Bebo um trago do teu peito.
Deixo guiar-me o instinto,
Sacio o menino faminto.

Fecham-se os olhos ao mundo,
Abrem-se as portas do amor.
Solta-se o êxtase profundo,
Entre gemidos de ardor.

Fixo os meus olhos nos teus,
Sei que eles lêem os meus.
Um só plano, um só desejo:
A paz de um último beijo.

De entre os desejos ocultos,
Regressam os meus pensamentos.
Por entre as sombras dos vultos,
Se perdem os doces momentos.

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