Eis o voo dos simples,
a sua plumagem de brisa,
o seu pousar nas manhãs.
Vêm beber das cascatas,
vêm cantar-nos a infância.
Ei-los no topo dos ramos,
a debicarem o céu.
(Bem melhor do que este chão
violado, suicida, mutilado,
rouco, rouco, rouco, rouco,
que compramos nos quiosques.)
Um pássaro pálido lança-me o seu olhar
pleno de desnorte.
Então e eu? Olha aqui eu! - reclama.
Tu, meu amigo, voa enquanto podes
para bem longe deste (estado de) sítio.
Rasgo o jornal, e chove,
chove sangue e violetas.
1 comentário:
Pudesse eu voar para longe!...
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