A coisa começou aqui. Depois descambou desta forma infame:
- Nome?
- Tediokiller.
- Tedioquê?
- Isso. Com um k.
- Bem... Profissão?
- Doutor engenheiro arquitecto, gigolô nas horas vagas.
- Sei... E o que faz uma pessoa tão multifacetada no nosso consultório?
- Estou maldisposto.
- Que tipo de indisposição?
- É uma longa história.
- Então o melhor é começar a contá-la já.
- Hoje acordei atrasado porque o despertador não tocou.
- Sim, e depois?
- Depois ia tomar banho e não havia água.
- Que chatice...
- Pois. A seguir ia fazer o pequeno-almoço e não havia luz.
- Não me diga...
- Digo.
- Olhe, o melhor é contar tudo ao médico. Dê-me só a sua morada, por favor.
- Debaixo.
- Debaixo?! Debaixo de quê?
- Da parte de cima.
- Mau... E onde é que isso fica?
- Por cima da parte de baixo.
- Ó homem, dê-me o nome da rua e número da porta!
- Estou confuso.
- É assim tão difícil?!
- Bem... É que um dia destes eu recebi uma carta para um tal de Idalécio Bonifácio que mora na Rua de Cima.
- E é essa a sua morada?
- Não, eu moro em baixo.
- (Ai... Não tarda muito e quem precisa de consulta sou eu...) Olhe, são 50 euros, por favor.
- Sabe, é que...
- O que foi agora?
- No meio desta confusão, não sei onde pus a carteira. Talvez tenha ficado lá em cima.
- Então não era lá em baixo?
- Foi o que eu pensei. Mas não. Se calhar o carteiro tinha razão.
- Olhe...
- Siiiiim?
- Por obséquio...
- Faça o favor de dizer.
- Sem querer incomodar e com cerejas em cima...
- Baixo.
- ##@$%#@#!!!
- De nada. Precisava de um despertador assim para levar para cima.
(...)
- Ó Idalete, manda entrar o próximo doente.
- Ela saiu agorinha mesmo. Disse para os doentes irem para... para...
- Para onde?!
- Não me lembro.
- Então e agora?
- Agora sou eu o próximo.
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