quinta-feira, 3 de março de 2011

Oásis

Assim descreveria este espaço, onde agora me reúno
com pensamentos cigarristas e ordeiros.
Ideado vértice de tudo, a paz de estar só - o sítio
perfeito para escapar ao rebuliço da cidade, eu diria.
No entanto, até aqui tudo gira em torno do mesmo:
tempo, sempre tempo; o mundo resumido a uma ampulheta,
escoando incessantemente gente de um lado
para o outro. Pergunto-me qual será o meu lugar na cadeia,
e pressiono os elos da corrente até que a voragem os quebre.
Só que, assim que as mãos se abrem, os fragmentos esgueiram-se,
e o que sobra nao é mais que um aglomerado de caretas inanimadas,
fitando-me como se as aguardassem ainda...
Mas quais respostas?! Uma garrafa de rum(o) vazia
- síntese de uma vida de embriaguez?
Bah! Não me chateiem... tenho mais que fazer.
Até porque se me esgotaram os cigarros, e sem cigarros
não há pensamentos semilúcidos - maravilha das conveniências.
Retorno, então, ao rebuliço reconfortante da cidade.
Para trás? Alguma miragem, por certo...

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