Conhecem-se no comboio. Ela, Celine (Julie Delpy), uma francesa de regresso às aulas em Paris, após uma visita à avó, em Budapeste. Ele, Jesse (Ethan Hawke), um americano vagueando pela Europa, depois de uma recente relação falhada, em Madrid. Estudam-se, trocam ideias, ele faz a proposta:
- Sais do comboio comigo em Viena e damos a volta pela cidade.
Celine hesita:
- Vamos fazer o quê?
- Não sei. Só sei que tenho de apanhar um voo da Austrian Airlines amanhã de manhã às 9h30. Não tenho dinheiro para um hotel, por isso, vou andar às voltas. Era mais divertido se viesses comigo. Se eu for um tarado qualquer, tu apanhas o comboio seguinte.
Não chega para convencê-la. Jesse insiste.
- Avança dez ou vinte anos. Estás casada, mas o teu casamento já não tem a energia que tinha, começas a culpar o teu marido, começas a pensar em todos os tipos que conheceste e no que teria acontecido se tivesses ficado com um deles. Pronto, eu sou sou um deles. Pensa que isto é uma viagem no tempo de lá até aqui, para avaliar o que perdeste. Vê isto como um enorme favor que prestas a ti e ao teu futuro marido, para descobrires que não perdeste nada. Eu sou tão inútil quanto ele. Totalmente desmotivado, muito maçador. Afinal, fizeste a escolha certa e és muito feliz.
Um dia em Viena, onde as questões de uma vida inteira são antecipadas e onde uma vaca fuma com os cascos e se comporta como um cão, numa peça de teatro que Celine e Jesse não chegarão a ver. Os diálogos são absurdos, cómicos, intensos, realistas. Ele e ela vão-se aproximando desse lugar que, segundo Jesse, é uma fuga para duas pessoas que não sabem estar sós. Decidem que não deve haver amanhã. Tudo deve ser resumido a uma noite perfeita. Dizem adeus, antes, porque depois, no momento da despedida, magoaria mais. Aproveitam o momento, sem planos, sem preocupações. Antes do amanhecer. Um amanhecer rápido, melancólico, com sabor adiantado a saudade, a separação inevitável. A ideia do adeus torna-se insustentável. Talvez pudessem encontrar-se cinco anos depois. É muito tempo. Talvez um ano. Não, seis meses. Cais 9, 16 de Dezembro, às seis da tarde. Estará um frio de morrer. Mas levam com eles algo capaz de sobreviver ao mais duro Inverno. Até breve. E mais não disseram. E mais não digo.
Let's look at the trailer.
- Sais do comboio comigo em Viena e damos a volta pela cidade.
Celine hesita:
- Vamos fazer o quê?
- Não sei. Só sei que tenho de apanhar um voo da Austrian Airlines amanhã de manhã às 9h30. Não tenho dinheiro para um hotel, por isso, vou andar às voltas. Era mais divertido se viesses comigo. Se eu for um tarado qualquer, tu apanhas o comboio seguinte.
Não chega para convencê-la. Jesse insiste.
- Avança dez ou vinte anos. Estás casada, mas o teu casamento já não tem a energia que tinha, começas a culpar o teu marido, começas a pensar em todos os tipos que conheceste e no que teria acontecido se tivesses ficado com um deles. Pronto, eu sou sou um deles. Pensa que isto é uma viagem no tempo de lá até aqui, para avaliar o que perdeste. Vê isto como um enorme favor que prestas a ti e ao teu futuro marido, para descobrires que não perdeste nada. Eu sou tão inútil quanto ele. Totalmente desmotivado, muito maçador. Afinal, fizeste a escolha certa e és muito feliz.
Um dia em Viena, onde as questões de uma vida inteira são antecipadas e onde uma vaca fuma com os cascos e se comporta como um cão, numa peça de teatro que Celine e Jesse não chegarão a ver. Os diálogos são absurdos, cómicos, intensos, realistas. Ele e ela vão-se aproximando desse lugar que, segundo Jesse, é uma fuga para duas pessoas que não sabem estar sós. Decidem que não deve haver amanhã. Tudo deve ser resumido a uma noite perfeita. Dizem adeus, antes, porque depois, no momento da despedida, magoaria mais. Aproveitam o momento, sem planos, sem preocupações. Antes do amanhecer. Um amanhecer rápido, melancólico, com sabor adiantado a saudade, a separação inevitável. A ideia do adeus torna-se insustentável. Talvez pudessem encontrar-se cinco anos depois. É muito tempo. Talvez um ano. Não, seis meses. Cais 9, 16 de Dezembro, às seis da tarde. Estará um frio de morrer. Mas levam com eles algo capaz de sobreviver ao mais duro Inverno. Até breve. E mais não disseram. E mais não digo.
Let's look at the trailer.
Afinal, digo. Não foram seis meses, foram nove anos. Mas deixemos isto para outra altura. Até porque ainda não vi o filme. Ou será que vi?
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