sábado, 14 de julho de 2012

Ouço-os,
no surrar do vento,
quando as janelas se fecham,
os passos que se vão.

Vejo-os,
no baço do vidro de aço,
os braços que, presos,
os perseguem.

Chamo-os,
no fogo dos trovões,
no desfile do troar,
os olhos de sangue rubro;

e grito!...
espasmos mudos
no ar que me devora,
sem que fale...

(e ficou algo por dizer...)

Sim,

sinto
- pressinto -
a presença da ausência,
no cheiro
da vela queimada,
sem chama...

e chamo,
clamo!
tardiamente reclamo...

O tempo.

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