Talentosas mãos que o papel atrai,
não me traem, que a traição não se lhes despega.
Ludibrioso pensamento de que são servis,
tão-só irresoluto; e, sinuosas, traçam-no
com a perfeição de tortas conclusões.
Talentosas mãos que de luz se vestem,
quando negrume transpiram; não enganam, que
no branco incólume tudo é cristalino
- como eu, ao olhá-las, incrédulo,
ainda que, valorosas, me convençam.
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