Coração rigoroso, olhos em branco,
olhas essa parede a que chamam céu.
E espalhas nesse espaço vago que vos separa
as letras com que se constrói a palavra azul.
Uma nuvem recolhe o a,
e pensas em milhares de palavras, frases, histórias
onde coubesse a letra a (e, já agora, a tua vida inteira).
Espera... espera no vento, esse espelho de ecos,
a luz do zul que te resta...
Entretanto, a noite cai sobre o verso.
E, coração rigoroso, olhos em branco,
contas, à pressa, estrelas, reticências, pontos finais
alheios, talvez meus, ou deste texto
em que te encerro.
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