quinta-feira, 30 de setembro de 2010

De la musique - US3


Tema: Cantaloop (Flip Fantasia)
Intérprete: US3
Álbum: Hand on the Torch (1993)

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

De la musique - Guru





Temas: Loungin', No Time to Play
Intérprete: Guru
Álbum: Jazzmatazz, Vol. 1 (1993)

terça-feira, 28 de setembro de 2010

De la musique - Adam F


Tema: F Jam [Album Edit]
Intérprete: Adam F
Álbum: Colours (1997)

help!

(recebido por e-mail)

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

De la musique - Foul Play


Tema: Artificial Intelligence
Intérprete: Foul Play
Álbum: Suspected (1995)

Bom dia

E boa noite, também. Esta semana sou eu que ponho música.

domingo, 26 de setembro de 2010

De la musique - Shipping News




Temas: Axons and Dendrites, Louven
Intérprete: Shipping News
Álbum: Flies the Fields (2005)

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Trailer - Lost in Translation

Vi, finalmente, o Lost in Tanslation. Talvez por ter lido críticas muito positivas, confesso que esperava mais. Ainda assim, gostei. A nível de imagem, o filme é excelente. O argumento é sóbrio, realista, subtil, com algumas pinceladas de humor a quebrar a melancolia dominante.

A história é sobre Bob (Bill Murray) e Charlotte (Scarlett Johansson), dois desconhecidos que se encontram por acaso, no meio de um país estranho e de uma noite de insónia, perdidos na tradução de uma língua, de uma cultura e do sentido da vida de cada um deles. É esse sentido que ambos procuram ao longo da história, com mais questões do que respostas, inevitavelmente.

A distância, que tanto pode medir-se pelos quilómetros que separam o Japão dos Estados Unidos, como pela resposta ausente de Maureen ao «já não sei com quem casei» de uma Charlotte em lágrimas. A monotonia de uma vida cujas cores se confundem como as amostras de alcatifa que Bob recebe da esposa: «tinhas razão acerca da borgonha, as outras nem lhe chegam aos calcanhares... (qual delas é a borgonha)?». A crise existencial amplificada por uma Tóquio desconhecida e vazia de sentido. Um ponto comum nas vidas de Bob e de Charlotte que faz com que se desenvolva uma relação de amizade entre eles, um amor prestes a materializar-se, platónico.

No final do filme, ele sussurra qualquer coisa imperceptível ao ouvido dela, deixando em aberto o final feliz com o qual os espectadores mais românticos sonham. Mas duvido que, de regresso à realidade dos seus quotidianos, sem néones nem karaokes, tudo o que ambos experienciaram juntos pudesse ser mais do que aquela rapariga tão brilhantemente descrita em Changing Lanes. Na verdade, há um diálogo que demonstra que Bob e Charlotte tinham esta noção de efemeridade:

Charlotte - Nunca mais voltemos cá, porque nunca irá ser assim tão divertido.
Bob - Como queiras, tu é que mandas.


O amor é um lugar estranho - a tradução para português do título do filme. Neste caso, faz todo o sentido.

Aqui ficam algumas imagens, ao som do excelente Sometimes dos My Bloody Valentine. Quem preferir o trailer oficial pode vê-lo aqui.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

No comments

airasia.com

Setembro

Setembro chegou à cidade.
Nos cafés, ouvem-se vozes frescas, entre sorrisos banhados de sol.
Na rua, o dia boceja, retardando o passo dos que ainda
trazem férias nos bolsos.
Os olhos param para contemplar o amarelo de um semáforo,
o nascer do dia em Bali, o pôr-do-sol em Acapulco.
Então, recordo que também eu, outrora, trazia férias nos bolsos.
Não porque fosse Setembro, mas porque era jovem e tudo me sabia a Agosto.
Nunca fui a Bali, nem a Acapulco. Pelo menos, fisicamente.
Mas viajava todos os dias, que a imprudência faz destes milagres:
transforma as ruas em países e os passos em viagens.
Foi nesse tempo que te encontrei, repetidamente, pousada num horizonte
dourado. Percorremos um mundo feito de versos
que até caberiam bem neste poema, não fosse a hesitação das
mãos entre o celeste momento de há pouco e este sabor a
sangue que me traz o vermelho do semáforo.
Felizmente, o sinal cai mesmo a tempo de evitar o derrame.
A cidade desperta. É verde tempo de seguir em frente.
Ainda não perdi a esperança de conhecer Acapulco, Bali, o amor...

sábado, 18 de setembro de 2010

De la musique - Cold War Kids



Tema: We Used to Vacation
Intérprete: Cold War Kids
Álbum: Robbers & Cowards (2006)

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Férias

7 da manhã, insiste o despertador. Atiro o olhar para ontem.
2 horas de vertigem até à desventura, anuncia o bilhete.
120 decibéis de raiva estrategicamente armazenados na garganta
para quando lá chegar (ordens do médico). Tudo pronto.
Última chamada para nenhures: terminal 1, porta 4.
Está na hora! Está na hora! Não te esqueças de escrever.
Escreverei, escreverei.
Voo pontual, aterragem suave. Tempo triste e seco, como a memória, lembras-te?
Foi num tranquilo quarto de hotel que, sonhos desfeitos, me entretenho apagar o que penso. Vá, é tempo de férias, de pôr tudo para trás.
Repara, lá fora, um canto de pássaro transparente, transparente.
Adormeci a imaginar aquele canto imperceptível. Tive pesadelos.
7 da manhã. Procurei atabalhoadamente o despertador. Não estava. Senti-me só.
Saí. 15 por 10 de aurora e 2 linhas telegráficas. Escrevi.
Sabias que trouxe a tua imagem, suspensa por malmequeres, no bolso da camisa? Pois bem, rasguei-a.
Para onde vou? Para onde vou? Para onde vou à praia.
Afinal, tanto relax espalhado pela areia é de aproveitar.
Estendi a toalha. Pedi 10 euros de sol. Estava esgotado.
Lembram-se das ordens do médico? Pois é...
Ah, que bem que fica a praia deserta e um sol inteiro (oferta da casa) só para mim. 15 dias de preguiça. Daqui ninguém me tira. Daqui ninguém me
atiro o olhar para ontem. Nada a fazer, é hoje.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Ida à praia

Um nevoeiro miudinho cobre repentinamente a cidade.
É tempo de sol, de esplanadas, de praia; e não de agasalhos.
Talvez por isso estremeça, ainda.
Sim, lembro-me vagamente desses cenários de infância:
as incursões destemidas por bosques fabulosos,
as correrias incansáveis pela areia molhada,
as palavras de bruma atiradas à água
(mensagens intraduzíveis que a maré levava)...
Mas era de nevoeiro que eu falava. E como cresce!
Chega a cerrar a vista.
Também já vi isto em qualquer lado...
Sim, quando, tacteando a forma imaterial do amor (amor?),
entreguei a vida nas garras da sorte (cego, mas, enfim, feliz)...
O nevoeiro... Quem diria?! Deu em chuva, tempestade!
Em pleno Verão, o coração cuspido aos pedaços!
O fim do mito, os pés soterrados na lama, a alma à mercê dos relâmpagos!
O corpo moribundo, as mãos cheias de nada...
O nevoeiro?... Passou, afinal - como tudo passa.
E o sol lá voltou; perfeitamente.
Segui, então, como havia planeado:
fui à praia, misturei-me com as pessoas, vi o mar...

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Sempre chegando

Fragatas de folhas...
Os ramos curvam-se, os troncos vacilam.
Que agitação vai no bosque!
Que chilreada, nos bolsos do miúdo!
É o jogo do berlinde, da sameirinha e do pião.
"Eu sou índio; tu, cowboy",
e a donzela deixa cair um olhar tímido
no caminho do herói.
Que sobressalto vai no tempo!
dos corações apressados, por entre o milheiral.
Cantam os grilos, é a romaria,
e milhares de estrelas perdem-se em promessas...
(promessas... promessas...)
como quem chama na falésia um qualquer nome de mulher.
Que oscilação me vai na alma!
É este olhar para trás, como quem vem chegando.
E, algures no bosque
onde os troncos vacilam e os ramos se curvam,
fragatas de folhas...

De la musique - U2


Tema: Into the Heart
Intérprete: U2
Álbum: Boy (1980)

Infância

Saltita de galho em galho, o pardalito;
chilreia ao vento a despreocupação do instante.
Por vezes, pára... e fita-me, desconfiado e curioso;
ou talvez seja apenas eu, tentando roubar ao tempo uns segundos.
E, absorto, o persigo, no seu voo imprevisível,
e, imóbil, o contemplo, quando pára e me fita, intrigado.
Mas não perde muito tempo com questões, o pardalito.
E, alheio a tudo isto, vai chilreando de galho em galho
a infância.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

De la musique - Happy Mondays

Para começar bem a semana. Ao tempo que eu não ouvia isto...



Tema: Kinky Afro
Intérprete: Happy Mondays
Álbum: Pills 'n' Thrills and Bellyaches (1990)

domingo, 12 de setembro de 2010

De la musique - Echo & the Bunnymen

Num certo dia, madrugava eu pela aurora da vida e pelo meio da habitual desordem de plásticos e cobertores espalhados pelo chão da Feira da Vandoma, à procura de uma pechincha que não me levasse todo o dinheiro que eu tinha feito a vender tralha, quando conheci a Esmeralda. E quem é a Esmeralda? - perguntam vocês. A Esmeralda era uma rapariga que me achava tímido mas que rapidamente mudou de ideias, assim que ficámos sozinhos pela primeira vez, nas Escadas das Verdades, de frente para a ponte D. Luís e a meio de um beijo que durou uma eternidade.

Tenho andado assim, a descer e a subir as escadas do tempo, entre colecções de latas de bebidas (lembram-se da moda?) e as caves de vinho do Porto que visitávamos no regresso a casa, para aquecer para as noites de sábado. Branco, salgadinhos e tinto: à terceira ronda, estávamos prontos.

Mas falava eu da Esmeralda. A Esmeralda tinha uma banda pela qual era apaixonada e uma música favorita que nos acompanhou até ao infinito, em noites de lua cheia. É essa banda e essa música que agora partilho com vocês.




Tema: The Killing Moon
Intérprete: Echo & the Bunnymen
Álbum: Ocean Rain (1984)


Mais uma (um dos primeiros singles da banda). Só porque sim.




Tema
: The Puppet (1980)
Intérprete: Echo & the Bunnymen

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

De la musique - Bauhaus

Andava eu na Soares dos Reis, no Porto, entretido e enganado com as artes gráficas, quando conheci a rapariga que haveria de me ensinar o que era, afinal, essa coisa chamada amor platónico, tão comum na adolescência. Fiquei imediatamente refém dos seus olhos trigueiros e, lá está, daquela vozinha delicada de quem precisava urgentemente de alguém que a salvasse das garras do mundo. Assim eu a idealizava nos meus sonhos, perfeita e intocável, à minha espera num qualquer lugar intemporal.

Um dia, ela fez uma festa em casa dela e convidou o pessoal da minha turma. Eu decidi que era chegada a altura de me deixar de idealismos e de avançar para algo mais palpável. E assim foi: comecei a apalpar todas as bebidas que me apareceram pela frente e, depois, cheio de coragem (e em passo acelerado rumo à primeira e maior bebedeira da minha vida), convidei-a para dançar. Lembro-me de a ter colada a mim e de pensar: que se dane a filosofia, este corpinho eu nunca mais o largo. Infelizmente, o álcool (esse amigo da onça) tinha outros planos e, segundo me contaram, aterrei a meio da música e fechei para balanço. Mas, pelo menos, tentei...

Vem isto a propósito de Bauhaus e de uma música que ainda hoje me embala, mesmo sem os braços da Vânia para ampararem a queda. O título da segunda música que eu escolhi para partilhar com vocês foi mais ou menos o que eu senti quando acordei no dia seguinte ao do episódio relatado e me lembrei de que era dia de aulas...




Tema: All We Ever Wanted Was Everything
Intérprete: Bauhaus
Álbum: The Sky's Gone Out (1982)



Tema: Kick in the Eye
Intérprete: Bauhaus
Álbum: Mask (1981)

terça-feira, 7 de setembro de 2010

De la musique - Siouxsie and the Banshees

Conheci a música de Siouxsie and the Banshees da melhor forma possível: Nocturne, em VHS, gravado no mítico Royal Albert Hall. Durante cerca de uma hora, a banda londrina transportou-me para um mundo obscuro, bizarro e apaixonante. Ouvir a voz grave e autoritária de Siouxsie transformar-se num meigo "please, help me" com cara de boneca prestes a saltar de uma cena de Blade Runner foi, para mim, um momento desconcertante. Mais tarde, descobri que há mesmo bonecas assim, inseguras e desprotegidas por fora, mas capazes de arrancar-nos o coração, sem hesitar, quando alguma coisa lhes desagrada. Mas deixemos isso para outras núpcias. Escolhi dois temas de um álbum todo ele excelente. Espero que gostem.






Temas: Eve White/Eve Black, Night Shift
Intérprete: Siouxsie and the Banshees
Álbum: Nocturne (1983)

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

De la musique - The Cure

Começamos com uma banda de referência dos anos 80 e com aquela que é, na minha opinião, a melhor música dos The Cure: A Forest. Uma das primeiras vezes que eu ouvi a versão de Concert: The Cure Live, estava tão inspirado que me senti literalmente no palco, na pele de Robert Smith. Quem se riu (e ainda se ri) desta estória foi quem teve o privilégio de assistir à minha memorável actuação. Aliás, nessa altura riamos muito, por tudo e por nada, principalmente por nada, sem saber nem querer saber se o nada era mais do que o tudo de agora. Mas dizia eu (antes que me perca)... dizia o quê? Ah, pois, eram outros tempos. Tempos que recordo como uma Lullaby antiga que, algures, alguém ainda canta a meio do sono. Sweet dreams.




Tema: A Forest
Intérprete: The Cure
Álbum: Seventeen Seconds (1980)




Tema: Lullaby
Intérprete: The Cure
Álbum: Disintegration (1989)

Bom dia

Ou melhor, boa tarde. Esta semana será musicalmente dedicada aos eighties. Eu vou aproveitar para fazer um intervalo. Até já.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

De la musique - Metric



Tema: Sick Muse
Intérprete: Metric
Álbum: Fantasies (2009)

Vá, só mais uma. Os Pixies o quê? Hão-de cá voltar, quanto tiverem tempo.



Tema: Empty
Intérprete: Metric
Álbum: Live It Out (2005)

Por falar em tempo (afinal, havia tempo para outra)... Ideal para adoçar um café matinal no meio da bruma, ou para acenar a um ocaso que po(u)sa diante de nós, sem avisar.



Tema: Too Little Too Late
Intérprete: Metric
Álbum: Live It Out (2005)

Bom fim-de-semana.

Acaso

«No acaso da rua o acaso da rapariga loira»,
como se também eu a tivesse visto «há muito tempo
numa outra cidade, numa outra espécie de rua»,
e também eu tivesse sido outro.
Bem sei que «todas as recordações são a mesma recordação»;
o que, desde logo, chegaria para explicar o que faz essa rapariga loira
no meio dos meus versos, tão longe de casa.

Insisto, porém, com o pensamento quebrado a meio:
de um lado, uma paisagem antiga,
com Álvaro de Campos fitando casualmente a sua rapariga loira, que não está lá;
do outro, uma paisagem antiga,
onde avisto casualmente a minha rapariga loira, que não está cá.
Algures, pelo meio, uma das duas fala-me.
Talvez a tivesse ouvido, deveras, não fora eu estar onde não estou.
Mas, assim, o que dizer-lhe? Como dizer-lho?
Enfim, sorri-lhe que sim, que estava um dia bonito, e voltou-me costas,
já o Engenheiro se fora. Fechei o livro
e segui-lhe os passos mal distintos, até que a perdi no fim de uma frase qualquer.
Mais tarde, acabei por reencontrá-la, perfeitamente por acaso,
entre papeis riscados e fotografias amarrotadas.
Afinal, não era loira. Mas suponho que isso agora fosse irrelevante;
até porque há muito que havia terminado o (con)texto.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Isto também é poesia

De Roger Federer, no Open dos Estados Unidos.


Se calhar foi sorte, um daqueles versos que atiramos sem pensar, mas que, de uma maneira ou de outra, acabam por encontrar o seu caminho para o lado do receptor, conquistando-o casualmente. Vamos conferir.



Parece que o US Open inspira o melhor jogador de ténis do planeta.