seis da tarde, levantei-me a bater o pé,
a rádio já rasgava o ar.
fui saltando de cena em cena,
desde o peido matinal até ao pepsodent.
saí para a rua,
el charro e blusão de couro,
cabelo espetado e lunetas arnette,
que as pupilas já dilatam.
à esquina, já lá estava
o pastilhas, o cebola e o popeye.
duas de letra e uma bojeca
para aquecer o pessoal,
enquanto o dealer não pinta,
etc., coisa e tal.
chocolate no bolso e pasta fresca
para gastar,
punto cabriolet e ala, que se faz tarde.
à entrada da disco, nada de novo,
o aspirina a flipar...
dissemos-lhe: tem calma, man,
nós queremos é entrar.
uma milona para amainar as hostes
e a carola a abanar.
os cartões estão vazios?!
não pode ser! E um cantinho do balcão
por nossa conta, está-se mesmo a ver.
cocktails multicolores,
verdes, vermelhos e azuis,
até vermos o arco-íris.
e, de seguida, para a pista,
sempre a abrir, é sempre a abrir!
o dj estava fatela,
mas logo resolveu atinar,
ou o paiva da ordem lá passava a navegar...
e a dançar, aos repelões,
aos repelões, é para arrasar!
e para o fecho, última rodada no bar.
à saída, abraçados,
que éramos amigos de longa data,
lá demos com o bote,
ou pelo menos era um igual...
acendeu-se a noite com o last
berlaite, verylight, e luzes,
muitas luzes, tantas! luzeszzzzzzzzzz...
ronc!? ond'é qu'eu'stou?
em casa, pois então?!
bah... deixem-me dormirzzzzzz...